ALVORADA:
UM BELO CENÁRIO PARA UM TRIÂNGULO AMOROSO
UM BELO CENÁRIO PARA UM TRIÂNGULO AMOROSO
Aurora gostava muito de sua data natalícia, por ser um dia muito especial. Um dia antes do seu aniversário de oito anos, nasceram suas irmãs gêmeas, Ana e Alana. Seu pai, Alex e sua mãe, Agnes, programaram o parto para o dia do aniversário da primogênita. Contudo, na véspera a bolsa estourou e saíram correndo para o Hospital de Alvorada. Ao chegarem, Aurora teve uma surpresa: ouviu da Dra. Alcione, médica obstetra da sua mãe, que no dia do seu nascimento outro bebê também nascera no hospital. Surpresa, por que para Aurora, sua data era exclusiva.
Aurora ficou muito feliz com o nascimento das irmãs e prosseguiu seus verdes anos ajudando a mãe no cuidado com as pequenas e dedicando-se aos estudos. Desde cedo desenvolveu o gosto pela leitura, apreciando sobretudo estórias de triângulos amorosos com finais felizes.
Aurora ficou muito feliz com o nascimento das irmãs e prosseguiu seus verdes anos ajudando a mãe no cuidado com as pequenas e dedicando-se aos estudos. Desde cedo desenvolveu o gosto pela leitura, apreciando sobretudo estórias de triângulos amorosos com finais felizes.
O pai de Aurora, professor de Matemática e diretor da Escola Municipal Capitão Gentil Machado de Godoy, queria ver sua filha interessando-se por esta ciência exata. Porém, desde cedo a garota empolgou-se com a ciência na qual sua mãe se formara: História. Dona Agnes, funcionária da Biblioteca Pública Municipal Luis Fernando Veríssimo, percebeu o interesse da filha e propôs ao marido que fizessem visitas aos pontos turísticos de Alvorada. Então, estiveram no Marco Zero, no Chimarródromo, no Clube dos Escritores de Alvorada, no TchêWaves Internacional Park e no Pórtico de Alvorada. Também fizeram passeios pelas diversas praças e igrejas do município.
Os anos passaram e Aurora chegou à adolescência com muita alegria. Porém, tinha um desejo, que às vezes, por ser tão intenso, tornava-se incômodo: queria conhecer o menino nascido no mesmo dia que ela.
Aos catorzes anos, Aurora começou contagem regressiva para sua festa de debutante. Porém, mesmo sabendo que não iria comemorar seus quinze anos exatamente no dia do seu aniversário, resignou-se. Mas, nem deu importância a este detalhe quando o grande dia chegou. Em um sábado, três de março, no clube Sociedade União Esperança, a garota aproveitou bastante sua festa.
Depois, Aurora ficou esperando ansiosamente seus dezesseis anos, quando novamente encontrou sua data de aniversário. E naquela sexta-feira, teve outra surpresa. Quando estava passeando com a família na praça Central de Alvorada, reencontrou a Dra. Alcione, que a chamava com muita intensidade:
— Aurora, Aurora, minha querida, venha cá. Que coincidência enorme! Veja aqui. Estes são Alan, Amanda e Álvaro. E este lindo rapagão, este aqui, o Álvaro, foi o outro bebê que nasceu no hospital no dia do teu nascimento. Hoje vocês dois estão fazendo dezesseis anos e só agora se conheceram. Aliás, vocês se conheceram no berçário, quando nasceram e hoje se reencontraram. Alan e Amanda se mudaram para Brasília depois do nascimento de Álvaro e só retornaram para nossa cidade no início deste ano, quando se aposentaram.
Aurora e Álvaro apenas trocaram olhares tímidos e despediram-se. Porém, na segunda-feira, se reencontraram novamente no colégio. Ele tinha sido matriculado na mesma turma que Aurora. Aos poucos foram se aproximando e começaram a namorar.
Álvaro crescera em Brasília, mas desde que se entendera por gente queria conhecer sua terra natal. Então, junto com a namorada, conheceu todos os pontos turísticos de Alvorada.
No primeiro Dia dos Namorados que passaram juntos, ela disse:
— Amor, eu sempre amei Alvorada. Porém, é muito mais gostoso apreciá-la ao teu lado!
— Querida, eu sempre quis conhecer nossa terra. Seu hino é lindo! Seus primeiros versos emocionam-me: “Alvorada, terra amada / Valorosa e altaneira / És gloriosa e valente / Com orgulho és Brasileira.” E ao conhecer nossa cidade, apaixonei-me por ela. E também te conheci, minha outra grande paixão!
O ano seguinte foi muito especial para os dois, pois estavam concluindo o ensino médio e fazendo planos para entrarem na faculdade. E com muito esforço alcançaram seus objetivos. Aurora ingressou no curso de História da UFRGS e Álvaro foi cursar Administração na UnB. Apenas se viam esporadicamente, quando ele ia passar períodos de férias em Alvorada. E então, ele dizia-lhe:
— Aurora, estando perto ou longe, nosso amor é uma reta. Na história do nosso amor só existem dois pontos: eu e você, você e eu.
Os anos passaram, os dois concluíram seus cursos, entraram no mercado de trabalho e começaram a preparar o casamento. E foi no mesmo local da festa dos quinze anos dela: o clube Sociedade União Esperança. E a data foi muito especial também: 29 de fevereiro, ao completarem vinte e quatro anos. Novamente encontraram juntos a data de aniversário, ao mesmo tempo em que se uniram para sempre.
Depois da romântica lua-de-mel, foram morar em uma casa que adquiriram próximo à Praça Central de Alvorada, local do primeiro encontro. Desta forma, começou a fase mais bonita do triângulo amoroso. Por que, o outro amor de Aurora era também o outro grande amor de Álvaro: a cidade de Alvorada.
Os anos passaram e Aurora chegou à adolescência com muita alegria. Porém, tinha um desejo, que às vezes, por ser tão intenso, tornava-se incômodo: queria conhecer o menino nascido no mesmo dia que ela.
Aos catorzes anos, Aurora começou contagem regressiva para sua festa de debutante. Porém, mesmo sabendo que não iria comemorar seus quinze anos exatamente no dia do seu aniversário, resignou-se. Mas, nem deu importância a este detalhe quando o grande dia chegou. Em um sábado, três de março, no clube Sociedade União Esperança, a garota aproveitou bastante sua festa.
Depois, Aurora ficou esperando ansiosamente seus dezesseis anos, quando novamente encontrou sua data de aniversário. E naquela sexta-feira, teve outra surpresa. Quando estava passeando com a família na praça Central de Alvorada, reencontrou a Dra. Alcione, que a chamava com muita intensidade:
— Aurora, Aurora, minha querida, venha cá. Que coincidência enorme! Veja aqui. Estes são Alan, Amanda e Álvaro. E este lindo rapagão, este aqui, o Álvaro, foi o outro bebê que nasceu no hospital no dia do teu nascimento. Hoje vocês dois estão fazendo dezesseis anos e só agora se conheceram. Aliás, vocês se conheceram no berçário, quando nasceram e hoje se reencontraram. Alan e Amanda se mudaram para Brasília depois do nascimento de Álvaro e só retornaram para nossa cidade no início deste ano, quando se aposentaram.
Aurora e Álvaro apenas trocaram olhares tímidos e despediram-se. Porém, na segunda-feira, se reencontraram novamente no colégio. Ele tinha sido matriculado na mesma turma que Aurora. Aos poucos foram se aproximando e começaram a namorar.
Álvaro crescera em Brasília, mas desde que se entendera por gente queria conhecer sua terra natal. Então, junto com a namorada, conheceu todos os pontos turísticos de Alvorada.
No primeiro Dia dos Namorados que passaram juntos, ela disse:
— Amor, eu sempre amei Alvorada. Porém, é muito mais gostoso apreciá-la ao teu lado!
— Querida, eu sempre quis conhecer nossa terra. Seu hino é lindo! Seus primeiros versos emocionam-me: “Alvorada, terra amada / Valorosa e altaneira / És gloriosa e valente / Com orgulho és Brasileira.” E ao conhecer nossa cidade, apaixonei-me por ela. E também te conheci, minha outra grande paixão!
O ano seguinte foi muito especial para os dois, pois estavam concluindo o ensino médio e fazendo planos para entrarem na faculdade. E com muito esforço alcançaram seus objetivos. Aurora ingressou no curso de História da UFRGS e Álvaro foi cursar Administração na UnB. Apenas se viam esporadicamente, quando ele ia passar períodos de férias em Alvorada. E então, ele dizia-lhe:
— Aurora, estando perto ou longe, nosso amor é uma reta. Na história do nosso amor só existem dois pontos: eu e você, você e eu.
Os anos passaram, os dois concluíram seus cursos, entraram no mercado de trabalho e começaram a preparar o casamento. E foi no mesmo local da festa dos quinze anos dela: o clube Sociedade União Esperança. E a data foi muito especial também: 29 de fevereiro, ao completarem vinte e quatro anos. Novamente encontraram juntos a data de aniversário, ao mesmo tempo em que se uniram para sempre.
Depois da romântica lua-de-mel, foram morar em uma casa que adquiriram próximo à Praça Central de Alvorada, local do primeiro encontro. Desta forma, começou a fase mais bonita do triângulo amoroso. Por que, o outro amor de Aurora era também o outro grande amor de Álvaro: a cidade de Alvorada.
SOBRE O AUTOR
Natural de Jaboatão, Pernambuco. Filho de Manoel e Marina Lima, casado com Alcione Lima e pai de Anália Rebeca e Areli Suzana. Formado em Administração, Teologia e História. Professor na Escola Estadual João Matos Guimarães e pastor da Igreja Batista, em Sítio Novo, Olinda. O escritor Marinaldo Lima conta com diversos prêmios nacionais em concursos literários de contos e poemas.
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Conto selecionado no concurso literário do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA), em 2021, publicado na coletânea Contos de Alvorada: autores alvoradenses e convidados, p. 52-54.