terça-feira, 30 de janeiro de 2024

 A ÁGUA NOSSA DE CADA DIA

Vindo do ventre da terra,
Milagre da natureza,
Brotando timidamente,
Vem a água, berço da vida,
Fecundando o nosso solo,
E logo corre fluente.

Entre grotas e penhascos,
Cada vez mais volumosa,
Corre, corre cristalina.
Água boa, em abundância,
Corre solta na planície,
Ou do alto da colina.

Alargando o seu caminho,
Faz-se riacho e rio
No seu leito, a dominar.
Recebendo afluentes,
É mais água e mais água
Até no mar desaguar.

E cai a água da chuva
Fecundando a boa terra
E enchendo mais o rio.
Temos água lá dos céus,
Água brotando da terra,
No seu permanente cio.

Esta água é represada,
Na barragem acumulada,
E depois é depurada.
É desta água bendita
Que recebemos em casa
Bem limpinha e tratada.

Como devemos zelar
Pela água abençoada
Que nos permite viver!
Mais que o ouro precioso,
De incalculável valor,
Esta água deve ser!

Agradeçamos a Deus
Pela água que nós temos
No rio ou em nossa pia
Cuidemos da natureza,
A única fonte que temos
Da água nossa de cada dia.


SOBRE O AUTOR

Natural de Jaboatão, Pernambuco. Filho de Manoel e Marina Lima, casado com Alcione Lima e pai de Anália Rebeca e Areli Suzana. Formado em Administração, Teologia e História. Professor na Escola Estadual João Matos Guimarães e pastor da Igreja Batista, em Sítio Novo, Olinda. O escritor Marinaldo Lima conta com diversos prêmios nacionais em concursos literários de contos e poemas.

_________________________________

Poema com menção honrosa no 4º Concurso Nacional Permanente de Poesias do Semiárido do Nordeste Brasileiro, realizado em Campina Grande/PB em 2009 e integrante da Antologia Professores não só ensinam, eles também escrevem! Da Big Time Editora de 2013.


EITA! CACIANA ARRETADA!

Engenheiro Pires de Albuquerque, atual distrito de Alto Belo, pertencente ao município de Boacaiúva, tem cada causo que deixa a gente a viajar pelas linhas do Trem de Ferro, que deixou muita saudade pelas curvas do sertão e nos vilarejos por onde as famílias deliravam com os acenos das janelas e pelo apitar, que invadia a alma.
Lugar de gente pacata e cheia de histórias, o dia ganha alegria e o viver em sintonia com a natureza, faz da saga um berço de sentimentos.
O Seu Sílvio, da Dona Maria, negro ferroviário dava manutenção nas linhas que serpenteavam os vales e serras das gerais. Um pai de três filhos, muito correto e que gostava de uma dança, levava sua vida com muitos sorrisos na face ao lado da família.
Dona Caciana, sua mãe, era uma negra sisuda, mulher de muita garra, na enxada ela tirava seu eito e topava parada com qualquer homem. Diziam na região, que ela era filha negro de fazendas coloniais, na época da escravidão. E aquele que se metia a besta com ela, levava uma resposta daquelas e até saía nas pauladas. Ou foice.
A criação andava solta pelas ruas como em muitos vilarejos e ali: galinhas, porcos, cachorros e era normal para aquele povo que gostava de ter um animal para criar.
Os porcos da Dona Caciana ficavam soltos pelas ruas do vilarejo por ali também por entre aos de outros. Certo dia, o Seu Adelino, caboclo que também era daquele lugar aprazível ao ver alguns porcos pelas ruas, irritou-se e resolveu atiçar seus cachorros aos pobres porcos. Os cachorros feriram os porcos. Adivinha de quem eram os porcos?
Isso mesmo. Da Dona Caciana. Os cachorros morderam os porcos e o sangue jorrava pelas ruas de Pires. Ao ouvir aquela confusão, a Dona Caciana correu até a janela pra ver o que estava acontecendo. Nisso ela viu o Seu Adelino correndo e entrando em sua casa. Não deu outra. Dona Caciana ajeitou o lenço surrado na cabeça e foi até à casa da Seu Adelino e:
— Seu Adelino! O sinhôre atiçô seus cachorro nos meu porco e saiu correno? Sai aqui fora! Seu covarde lazarento!
Seu Adelino chegou até á Janela e:
— Óia Dona Caciana. Ninguém ó obrigado a vê esses porco da sinhora nas rua. Se a sinhora qué criá, cria preso no seu quintale.
Pensa numa mulher que saiu do salto e:
— Óia Seu dislavado. Os porco é meu e eu crio adonde eu quisé. Sai aqui fora queu vô parti sua cara, seu covarde! Vô te mostrá cum quantos graveto se fais a fêjuada.
O Seu Adelino irado foi logo retrucando:
— Óia Dona Caciana. Se a sinhora bestá, vô pegá minha cartuchêra eu dá um tiro no peitio da sinhora, pa mode mostrá a minha corage..
Por essa ele não esperava. A Dona Caciana abriu o vestido e mostrando aqueles seios caídos pelo tempo e que amamentou aos filhos e:
 Atira intão seu valentão! Se Ocê num atirá eu vô quebrá ocê no pau e mostrá ocê cumo é que fais covardia cum meus porco. Ocê num sabe adonde infiá a cuié. Cumigo não!
Ao ouvir aquela discussão a Dona Joaninha, esposa do Seu Adelino chegou com a calmaria do inseto Joaninha e:
 Ô Delino! Fais isso não! Dêxa de sê inguinorante home! Ocê sabe cumo é a Dona Caciana! Dêxa de valintia. Martratá a criação e ainda da Dona Caciana? Ocê sabe quéla tem corage!
O Seu Adelino deu uma acalmada e saiu da janela enquanto a Dona Joaninha pedia desculpas.
A Dona Caciana foi para a sua casa até tremendo de raiva e foi tratar das feridas dos animais.
Dizem que o Seu Adelino quando chega à Venda do vilarejo, sempre tem um que diz:
 Eu vi uns porco bunito na rua hoje...
Ele só olha atravessado e vai embora.
Dona Caciana levou anos para esquecer-se do Seu Adelino e ele prendeu os seus cachorros. Coitados.
Mais um causo do pacato e adorado Alto Belo, antigo Engenheiro Pires de Albuquerque.
Quer ouvir mais histórias de lá?
Pergunte à Sônia, filha do Seu Sílvio e a Dona Maria, ela é neta da Negona arretada, Dona Caciana. Ela me contou este causo...quem sabe ela lhe conte um!
Inté a outro causo da Sônia lá dos Montes...claros!


SOBRE O AUTOR

Antônio de Fátima Silva, o Mestre Tinga das Gerais, natural de Corinto-MG, poeta, ator e cantor e na estrada há 35 anos. Participou de vários festivais, sendo premiado com o conto "O Caboclo e o Barranqueiro", atuou no curta-metragem "Um outro Tiradentes" e no longa "A História das Três Marias", da cineasta Zakia Daura.

 

sexta-feira, 26 de janeiro de 2024


CONEXÕES


O ator e amigo no palco.
O poeta e a afilhada amiga para o resto da vida,
Os amigos do tempo que o poeta também estava nos palcos,
A música que dá gatilhos para rever meus pais,
A lua enfeitando lindamente o céu,
E a arte abençoando todas essas conexões.



Poema CONEXÕES, do escritor Daniel Machado (Geógrafo da Alma!).

VALSA AO SABOR DO VENTO


Passos em sintonia, giro vibrante,

Na noite serena, a lua dança,

N’um céu de sonhos, a noite avança,

Poema suave, d’um amor constante.


A melodia em tom pulsante

No palco do coração enfeitado,

Olhares cúmplices, apaixonados,

Vestido armado, elegante.


Dois corações em sintonia,

No valsar de metáforas cantadas

Em coreografias improvisadas,

No deslizar da harmonia.


Oh, cantiga eterna, cheia de emoção,

Ritmo alinhado, além do tempo,

Na valsa ao sabor do vento,

Ligando almas, formando canção.


Movimento no um-dois,

Assim, sob o céu estrelado,

Coreografia do destino narrado,

Do bailado de nós dois.



Poema VALSA AO SABOR DO VENTO do escritor Cristian Canto.

Contato: cristian.canto83@outlook.com

Encontre outros poemas do autor em:

https://www.recantodasletras.com.br/poesiasdeamor/7984321