sexta-feira, 24 de novembro de 2023

 
CANDEEIRO

SOBRE O AUTOR

Antônio de Fátima Silva, o Mestre Tinga das Gerais, natural de Corinto-MG, poeta, ator e cantor e na estrada há 35 anos. Participou de vários festivais, sendo premiado com o conto "O Caboclo e o Barranqueiro", atuou no curta-metragem "Um outro Tiradentes" e no longa "A História das Três Marias", da cineasta Zakia Daura.

https://www.facebook.com/tingadasgerais.silva/videos/834450210592739


    O QUE DIZER?...

Caminhando entre as ruas, fiquei imaginando o que dizer. Como lhe contar?... Com qual palavra começar?... Todas as que vieram em meu pensamento, soaram pequenas e insignificantes para tentar expressar o que eu queria lhe falar. Me disse um dia um amigo, que as palavras correm o risco de mascararem a verdade, e que às vezes não conseguem expressar o sentimento. E isto me perseguia, me martirizava, me corroia por dentro. No dia não quis aceitar, mas hoje, neste momento, tive que ser humilde e concordar plenamente com a sua teoria. Ele estava simplesmente certo, absolutamente correto.
Mas como lhe falar?... Como dizer tudo aquilo que me preenchia o peito, parecendo querer explodir a carne de meu corpo e sair abruptamente para fora. Será que me entenderia?... Será que me faria entender?... O que tinha para lhe contar e que me consumia era de tão importância, que não podia guardar só para mim. Você teria que saber um dia. E era chegada a hora. O momento era este. Tinha que lhe contar o que estava se passando comigo. Não conseguia mais dormir com esta aflição. Você tinha que saber. Após mais alguns passos, vejo que cheguei em frente a sua casa. Meu coração dispara. Como lhe falar?... Como lhe dizer?... De repente, antes mesmo de apertar a campainha, você aparece. Engasgo. Engulo seco. A frase não havia sido ainda formulada em meu cérebro. Não houve tempo suficiente. As palavras fugiram. Descontrolo-me.
Olho em seus olhos e dou-lhe um beijo demorado, ao invés simplesmente de dizer que TE AMO...


Conto O QUE DIZER?..., do escritor Carlos Melo de Andrade. 

 

PUERIL

E tão pueril fora o poeta,
Que em vão buscou nas canções
palavras que não pavimentaram sua estrada.


Poema PUERIL, do escritor Daniel Machado (Geógrafo da Alma!).

sábado, 18 de novembro de 2023

A PROCURA

Não pertenço ao seu mundo

Não trilhamos a mesma estrada

Meu futuro é um torvelinho

Que gira cada vez mais fundo

Em direção ao nada.

Procuro uma ponte

Um ponto, um caminho

Que vislumbre novo horizonte

E me direcione para sua alvorada.


Poema A PROCURA, da escritora Marisa Amorim (Itapeva - SP).   

terça-feira, 14 de novembro de 2023


O SOL DE TODAS AS MANHÃS

Tu és...
O sol de todas as manhãs
O mar reflete a tua imagem
O vento traz teu cheiro de maçã

Teus pés na areia da praia
És uma sereia
O universo se ensaia de versos
Vejo estrelas na teia

Quintais desbandeirados
O amor é o astral
Sorriso de Monalisa
A força do Sisal

Ó deusa! Que transcende o amor
Mistérios das montanhas
O alçar do Condor!


Poema O SOL DE TODAS AS MANHÃS, do escritor Mestre Tinga das Gerais (Corinto - MG). 

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

 
COMEÇA NESTA SEMANA!
20ª FEIRA DO LIVRO DE ALVORADA

sábado, 11 de novembro de 2023

RÔ E ALINE

e Aline se conheceram nos bancos escolares da EE Jaca Madura, na pequena cidade de Uru, interior de São Paulo.
Aline, que é paranaense, chegou em Uru com 7 anos e foi matriculada na 1º ano do ensino fundamental. Os pais da menina, trabalhavam num armarinho e com o falecimento do proprietário, adquiriram o imóvel que comportava a loja.
Rô é natural da cidade de Uru. Morava com os pais e irmão, numa casa própria. O pai era gerente do Banco Retangular, na cidade vizinha de Reginópolis e a mãe, fisioterapeuta em Bauru.
Alunas da mesma turma, Rô e Aline competiam pelas melhores notas e a rivalidade era estendida para fora da escola. Uma não procurava a amizade da outra, mas se respeitavam.
Rô, orientada pelos pais, quando terminou o ensino fundamental e antes de começar o médio, obteve colocação numa multinacional, em Bauru, como estagiária. Aline preferiu só estudar.
As duas garotas frequentavam as festas e os bailes, em Uru. Com a transformação do corpo, Aline e Rô tinham preferência por rapazes que estudavam na escola ou moravam na cidade.
Como viviam no mesmo ambiente, Aline evitava a aproximação de Rô, porque percebia na colega de escola que ela, trabalhando e estudando, estava mais desenvolvida e responsável pela própria vida.
Aline e Rô, às vezes, trocavam algumas palavras, mas a paranaense, se sentindo inferior, procurava se afastar, impedindo que as duas se tornassem amigas.
Saulo paquerava Aline e frequentavam as festas da cidade ou ficavam na Praça, ao lado da escola onde estudavam. Rô monitorava os passos de Ivan.
Nos bailes, Aline fazia par com Saulo, enquanto Rô dançava com quem a convidava. Quando Ivan aparecia, ela gostava de dançar com ele.
gostaria de dançar com Saulo, mas Aline não se desgrudava dele. Depois do baile, os jovens se dirigiam a Praça. Em grupos ou duplas, ficavam até tarde, colocando a conversa em dia.
Num final de semana em Uru, o baile foi substituído pela tradicional festa junina. Praticamente, a cidade inteira participava. Como Aline e Ivan ainda não tinham chegado, Rô, quando estava mirando um boneco de pelúcia, no tiro ao alvo, sentiu a presença de Saulo.
Saulo olhando a Rô atirar e vendo que ela não foi bem sucedida, disparou a sua espingarda. O dono da barraca pegou o boneco de pelúcia, caído no pano e entregou ao jovem.
, depois da decepção de não acertar o alvo pretendido, virou-se e foi em direção a barraca de pizza. Antes de fazer o pedido, ouviu a voz do Saulo:
 Duas pizzas de muçarela e dois refrigerantes, na mesa 4. Quando o garçom serviu o casal, na bandeja tinha um pequeno embrulho. Saulo falou para Rô:
 Este presente é para selar a nossa amizade.
desembrulhou o presente. Emocionada, virou-se para Saulo e agradeceu com um leve beijo nos lábios.
Depois da festa junina, Saulo e Rô foram para a Praça e ficaram até tarde da noite, aos beijos e amassos. O boneco de pelúcia foi testemunha de tamanha felicidade do casal.
Na semana seguinte, durante as aulas, Rô percebeu muita tristeza no semblante de Aline. Pensou “será que ela ficou sabendo que eu fiquei com o namorado dela?”
No intervalo das aulas, vendo que Aline estava conversando com alguns alunos, Rô se aproximou e ouviu a colega falar:
 A minha mãe foi diagnosticada como uma doença renal crônica. Como já estava em estado avançado, o médico nefrologista após avaliar os exames de sangue, de urina e de imagem, constatou que ela vai precisar de um transplante de rim.
Dona Catarina, mãe de Aline, submetida ao transplante de rim, com sucesso, agradeceu à Deus e ao doador.
 
Doze anos depois do transplante, dona Catarina foi ao batizado do primeiro neto, filho de Aline. Depois do ritual de batismo, a vovó agradeceu aos padrinhos:
e Saulo, fiquei contente quando a minha filha Aline convidou o casal para ser padrinho do meu neto.
Dona Catarina, se aproximando de madrinha, rogou:
 Devo a você, Rô, a minha felicidade. Deus te abençoe!
Saulo Jr pulou nos braços da Rô e apontando para dona Catarina, balbuciou:
 Mamãe, por que ela está chorando?


SOBRE O AUTOR

O escritor Amauri Martins reside na capital e em Bertioga, ambas em São Paulo (SP). Foi professor no magistério paulista, também diretor de escola e supervisor de ensino. Quando se aposentou, sentia falta de alguma atividade intelectual, por isso começou a rascunhar a sua biografia. Hoje, conta com dois romances publicados no Brasil e, em Portugal, os romances "Encantos & Paixões em Estoril" e "A jovem do olhar triste". Mais contos e crônicas publicados em 39 antologias

e-mail: amaurim4000@gmail.com 
cel. (11) 973135004

domingo, 5 de novembro de 2023

 
COMEÇA NESTA SEMANA!
20ª FEIRA DO LIVRO DE ALVORADA

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

 

INSTINTO


UM AMOR FEBRIL, INESPERADO,
VEIO ALEGRAR, RESPLANDECER
CONSOLIDAR O MEU VIVER ...

MAS, DESDE QUE CORTAMOS NOSSOS LAÇOS,
SOU SOMENTE UMA SOMBRA QUE VAGUEIA
PROCURANDO SEGUIR TEUS PASSOS
NO REFÚGIO DO PENSAMENTO ...
SOU UM VENTO QUE NORTEIA
RUMO AO LIMITE DOS TEUS BRAÇOS,
QUANDO A ÚLTIMA ESPERANÇA INCENDEIA
E RECRUDESCE O SOFRIMENTO !

HOJE, RESSURGE NA MEMÓRIA,
CARREGADAS DE EMOÇÃO E NOSTALGIA,
AS BELAS PÁGINAS DA HISTÓRIA
CONTIDAS EM NOSSO ÍNTIMO ...

QUE OS VERSOS E FANTASIAS
POSSAM ALCANÇAR A MESMA GLÓRIA
DESTA EXALTADA, MARAVILHOSA IDOLATRIA,
QUE SEJA AMOR, NÃO SÓ INSTINTO !


                                Poema INSTINTO, da escritora Rosana Machado.

Por que será
Que em nossos caminhos
Aparecem pessoas
Que jamais gostaríamos de cruzar?

Noutras vezes amamos
Gente que nem sabe
O que significa amor
Outras nem sabem que a amamos...

Sempre restará uma lição
Um aprendizado – amores
São brisas que o tempo sopra
Em nossas vidas –
Querendo amar

Há sempre alguém
Há sempre alguém
Querendo ser amado...

E nós seguimos nosso caminho
Como animais que mudam de lugar
A cada estação – são as estações do amor –
Que nos mostram os caminhos a seguir...


Poema CAMINHOS, do escritor Mário Feijó.