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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

 

QUEM INVENTOU A ÁRVORE DE NATAL?

A minha família sempre montou a árvore de Natal no início de dezembro, permanecendo até ao Dia de Reis. A casa ficava mais alegre com as fitas, as bolas coloridas e o brilho das luzes a piscar.
Movida pela curiosidade, decidi investigar esta tradição. Ao pesquisar, constatei que há várias teorias sobre as raízes do costume de decorar uma árvore. Entre as explicações, destaca-se o papel das culturas antigas.
Algumas civilizações praticavam o culto às árvores: as sempre-verdes, como os pinheiros, eram consideradas morada dos deuses e símbolo de vida. Os Romanos, por sua vez, decoravam as moradias com guirlandas de louros. Na Idade Média, esses costumes deram origem à árvore de Natal tal como a conhecemos. Na Europa Central, surgiram novas versões desta tradição, sobretudo entre cristãos protestantes. Na Alemanha, Letónia e Estónia, árvores decoradas com rosas de papel colorido, enfeites brilhantes, maçãs, hóstias e doces eram levadas para casa.
Com o tempo, a decoração das árvores evoluiu. A primeira iluminação registada data de 1611, feita com velas pela duquesa Dorothea Sibylle da Silésia. Já as bolas de vidro são atribuídas à criatividade de um vidreiro pobre da Alemanha de Leste, que, sem dinheiro para comprar nozes e maçãs, decidiu soprar os enfeites.
Estes exemplos demonstram que a criatividade esteve sempre presente na decoração das árvores de Natal. Mas afinal, quem a inventou? Não existe registo oficial, porém conta-se que a primeira árvore de Natal foi montada por uma corporação de padeiros de Freiburg, no sul da Alemanha. Em 1419, teriam decorado o pinheiro com pães-de-mel e nozes. A lenda diz ainda que, no Ano Novo, as crianças podiam sacudir a árvore para “saquear” os doces.
Hoje, as árvores de Natal são cada vez maiores e mais exuberantes, por vezes decoradas com enfeites excêntricos e caros.
Eu ainda preservo esta tradição com muita alegria. Reciclo e misturo adornos de anos anteriores, criando sempre uma árvore singular. E, quando acendo as luzes, a sala inunda-se de uma luz mágica.
E você, cultiva esta tradição? Já fez a sua árvore de Natal?

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. A escritora é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA), integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 09 de dezembro de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

 

CASTANHAS, JEROPIGA E ALEGRIA

Castanhas, jeropiga e alegria: o trio perfeito para uma tertúlia em família ou com amigos, num fim de tarde outonal acalentada pelos raios de sol do verão de São Martinho.
Na minha infância e juventude, a festa litúrgica em honra de Martinho, o padroeiro dos viticultores, era um dos maiores eventos do ano. Sendo a castanha um dos frutos mais abundantes e queridos desta época, o magusto sempre integrou o cartaz.
Nas zonas rurais, antes do entardecer, os aldeãos faziam uma fogueira com grossos troncos para aquecer os foliões durante a noite, que era sempre longa. A população circundava o fogo, deliciando-se com a beleza das chamas e o crepitar da casca dos pinheiros. As castanhas assadas nas brasas degustavam-se com vinho tinto, água-pé ou jeropiga. Confesso-me fã deste último licor, que resulta da adição de aguardente ao mosto, interrompendo o processo de fermentação. O resultado é uma doce bebida alcoólica que adoça os lábios e escorrega pela garganta.
Nestas festanças, é habitual comer caldo verde e outras iguarias confecionadas com produtos regionais. As concertinas, acordeões ou grupos musicais tocam, alentados pela boa disposição dos farristas, que dançam e cantam pela noite dentro.
A tradição diz que, por ocasião do São Martinho, há uma "pausa" no outono, vulgarmente denominada "verão de São Martinho". Estes dias são abrilhantados por quentes raios de sol e noites amenas, o “verão tardio" que nos mima antes da chegada do inverno.
O dia de São Martinho é celebrado por toda a Europa no dia 11 de novembro. Por terras lusitanas, é tão acarinhado que há vários provérbios em sua homenagem. A título de exemplo, cito: “No São Martinho, lume, castanhas e vinho”.
Vivo na cidade Invicta. No mês de novembro, as ruas são abrilhantadas por guarda-sóis coloridos que abrigam do sol, da chuva e da neblina os vendedores, enquanto confecionam as castanhas num fogareiro a carvão. Nunca deixo de admirar a resiliência destes homens de mãos escurecidas e sorriso nos lábios a sacolejar a panela com dedos desprotegidos.
As lendas e a sabedoria popular são riquezas a preservar e legados a transmitir às novas gerações. A história e a identidade dos povos constroem-se, também, pelos costumes e singularidades. Confidencio-me como uma devota costumeira. A maturidade aguça o apetite e a magia dos momentos singelos. Todos os anos perpetuo o ritual: com uma mão cheia de castanha faço um magusto e beberico um cálice de jeropiga.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 11 de novembro de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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sexta-feira, 10 de outubro de 2025

 

VELHOS SÃO OS FARRAPOS! 
A insustentabilidade de uma sociedade “linear” numa economia “circular”

Vivemos numa aldeia global, com circulação permanente de materiais, recursos, ideologias, cultura, pessoas, religiões… Esta mobilidade não é um fenómeno contemporâneo, inovador ou atípico. A humanidade, desde os tempos primordiais, vivenciou fenómenos migratórios cíclicos, decorrentes de estilos de vida nómada, motivos religiosos, geopolíticos ou catástrofes naturais.
A história, com todas as guerras e desastres climatológicos, mostra-nos que somos atletas de uma caminhada sinuosa. Estamos, então, perante um cenário de mutação de uma economia linear, que já se revelou insustentável, para uma economia que se pretende circular, remando para a sustentabilidade.
A minha reflexão parte desta tendência da economia, que foi obrigada a seguir um novo rumo para reduzir a pegada de carbono, numa tentativa de “salvar” um planeta ameaçado.
O que é uma economia circular? É um modelo económico que visa reduzir o desperdício e a produção de resíduos. Este modelo inspira-se nos ecossistemas naturais, que reciclam e reabsorvem recursos de forma contínua.
Esta definição conduz-nos às relações humanas. Estabelecendo um paralelismo com a humanidade — nascer/crescer/envelhecer/morrer — é mandatário assumir este ciclo, valorizando a beleza e a riqueza de cada quarto da circunferência.
Temos de aceitar que a factualidade do envelhecimento é muito mais do que rugas no rosto, cabelos brancos numa cabeleira enfraquecida, perda de algumas faculdades, maturidade. Temos de encarar que a finitude de uma vida ativa, e até por vezes de menor “utilidade”, não é sinónimo de “imprestabilidade”. Temos de rejeitar o conceito de inutilidade, imprestabilidade, velho. Temos de prestigiar a dádiva, o contributo, a sapiência.
Uma sociedade sustentável terá de acolher todas as gerações de forma inclusiva, abraçando os mais idosos, mais vulneráveis e frágeis, garantindo-lhes uma continuidade e posicionamento digno. Reintegrando-os, proporcionando-lhes uma “nova vida”.
Desafio à desconstrução do provérbio “Velhos são os farrapos”, porque, efetivamente, a circularidade da vida diz-nos que até os farrapos têm préstimo e uma história de vida para contar.
Assim, numa sociedade que se pretende verdadeiramente circular e sustentável, é fundamental que saibamos valorizar cada etapa da vida, reconhecendo o contributo insubstituível dos mais velhos. Não basta rejeitar o conceito de inutilidade associado à velhice; é premente criar espaços abertos à participação de todos, incentivar o respeito intergeracional e garantir que todos, independentemente da idade, possam tenham oportunidade de partilhar a sua experiência e sabedoria.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 27 de maio de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

  

LUA DE SANGUE

Na noite de 7 para 8 de setembro o céu foi palco do eclipse lunar total mais longo deste ano, de acordo com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço. Conhecido como “Lua de Sangue”, este singular fenómeno teve uma duração de oitenta e dois minutos.
Este evento acontece quando a Lua cheia fica totalmente mergulhada na sombra da Terra, ocorrendo devido ao alinhamento perfeito entre Sol, Terra e Lua. O planeta Terra ficou entre o Sol e a Lua. Este posicionamento da Terra em frente à Lua, bloqueia a luz do Sol que chega a este satélite natural. O resultado da projeção da luz do Sol através da atmosfera da Terra confere o tom avermelhado à Lua. No auge do eclipse, esse astro exibe uma cor avermelhada, configurando uma “bola de sangue”.
Em Portugal, o fenómeno foi apenas visível no Sul, na região do Algarve. Infelizmente, faço parte do grupo desprivilegiado do testemunho dessa magnifica “Lua de sangue”.
Este foi o segundo e último eclipse lunar do Ano. Os Astrónomos dizem que os próximos anos vão ser ricos em eventos como esse. Perante este facto, mantenho a esperança de ainda poder desfrutar de momentos incríveis como este, que nos lembram a beleza e mistério do universo.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 09 de setembro de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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quinta-feira, 14 de agosto de 2025

 

LEITURAS DE VERÃO

Os dias luminosos de verão são sempre uma motivação para mergulhar na leitura e viajar por mares calmos ou turbulentos, desembarcar em portos desconhecidos, ampliar horizontes.
Os livros respeitam os silêncios da natureza, destronam o burburinho da praia e piscina, competem com as cores do horizonte ao entardecer. Acomodados na mochila, são cúmplices dos momentos de liberdade e diversão. Compinchas dos tempos de evasão na praia, das oportunidades de desfrute na esplanada e das ocasiões de aquietação no final da noite.
Pegar naquele livro, que ambicionava ler, acomodar-me num sítio aprazível e desfrutar da história sem pressa, é sempre um evento especial. Poder ouvir o ranger do virar das páginas despreocupada com os movimentos circulares dos ponteiros do relógio, saboreando cada parágrafo, cada capítulo, é uma bênção. O final da história consuma sempre um momento especial, independentemente da satisfação da narrativa, representa sempre o término duma etapa bem-sucedida.
As leituras de verão são para mim momentos de escapismo, de libertação das rotinas, de acalmia.
Como sugestão de leitura, destaco três dos últimos romances que li, escritos por três escritoras de Clubes literários que integro:
 “O outro olho da coruja” da autora Rafaela Lacerda”,
“Pacto” da autora Ana Paula Toledo;
“O diário (não tão secreto) de Yasmim” da autora Michelle Paranhos.
Três obras que se tocam na narrativa (envolvente, com elementos de mistério, humor ou reflexão) e na exploração do universo interno dos personagens (as emoções, os dilemas e os sonhos).

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 05 de agosto de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
*CLIQUE NAS PALAVRAS COLORIDAS (BIOGRAFIA E NOTA DE RODAPÉ).

sexta-feira, 11 de julho de 2025

 

SÃO PEDRO ENCERRA O MÊS DOS FOLIÕES

Na despedida do mês mais gaiteiro do meu país, São Pedro, considerado o guardião das chaves do céu, apadrinha 16 concelhos. Em honra do pescador que preteriu a pesca de peixe pela pesca de homens, as populações piscatórias organizam uma procissão cujos andores são carregados pelos homens do mar. É um santo popular, especialmente venerado pela população piscatória, viúvos e viúvas. A população decora as ruas com manjericos, bandeiras coloridas, balões e arcos de flores. Em algumas regiões, como Póvoa de Varzim, é comum ver as varandas das casas decoradas com colchas e panos bordados. Alinhado com os dois antecessores, e usufruindo do calor, a noitada é de farra com muita comida, bebida e bailaricos.
Três festividades religiosas que se tocam na celebração duma homilia enriquecida por grupos, corais e bandas musicais e, na confraternização da família em volta duma mesa aprontada com a melhor louça e talheres, para apreciar o cabrito ou borrego assado no forno e a doçaria regional.
Curiosidades e Lendas:
Simão (o pescador) era pescador, trabalhava no Mar da Galileia com seu irmão André. Acederam ao chamamento de Jesus para segui-lo e se tornaram dois dos seus doze apóstolos. Jesus mudou o nome de Simão para Pedro, que significa "pedra" ou "rocha", para indicar o papel fundamental que ele teria na construção da Igreja.
Pedro (o apóstolo) foi o melhor amigo de Jesus e tornou-se um apóstolo durante seu ministério. Após a sua morte, tornou-se líder dos apóstolos, sendo, frequentemente, descrito como seu porta-voz nos evangelhos.
Papa a Igreja Católica considera São Pedro o primeiro Papa, baseado em passagens bíblicas e na tradição;
Martírio a tradição cristã relata que São Pedro foi crucificado de cabeça para baixo em Roma, por se considerar indigno de morrer da mesma forma que Jesus, no dia 29 de junho;
Basílica de São Pedro  na Cidade do Vaticano é dedicada exclusivamente ao martírio do Santo.
Chaves do Céu reza a lenda que as chaves do céu e do inferno, foram-lhe entregues por Jesus Cristo depois de ter sido feito o líder da sua nova igreja.
A perpetuação dos costumes — saltar a fogueira, lançar balões de papel, bater na cabeça com alho-porro ou martelos de plástico e manjerico encorajam um povo entristecido por um inverno cinzento e uma primavera rejuvenescedora para o início da estação das colheitas.
Adeus ao mês batizado com o nome da mulher do deus romano Júpiter, Juno.
Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 01 de julho de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
*CLIQUE NAS PALAVRAS COLORIDAS (BIOGRAFIA E NOTA DE RODAPÉ).

terça-feira, 8 de julho de 2025

  

CONTO DE ALEXANDRA FERREIRA VAI INTEGRAR REVISTA LITERÁRIA
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Autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e integrante do canal Liga dos 7, no Facebook.
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sexta-feira, 27 de junho de 2025

 

SÃO JOÃO E O BALÃO
Recebido o verão com a pompa e circunstância que merece, 31 concelhos portugueses comemoram o São João. Uma festa tradicional com origem no século XIX, com singularidades.
Na noite de 23, sardinhas, pimentos, broa, vinho tinto e melão reúnem-se à mesa, satisfazendo os festeiros que calcorreiam as ruas da Baixa e Ribeira até à Foz da Cidade Invicta. Neste passeio, com martelos de plástico coloridos, batem levemente nas cabeças de todos com quem se cruzam num gesto de saudação. Este ritual, remonta aos Celtas que usavam os alhos-porros, acendiam fogueiras e queimavam ervas para proteção do mau olhado e invejas. Os portuenses aliam a estas tradições o lançamento de balões que iluminam o céu, abrilhantando os concertos e arraiais desta longa noite mágica. Um fabuloso espetáculo de fogo de artifício lançado de barcos no rio Douro, pinta o manto azul-celeste com as cores do arco-íris.
No dia 24, a homilia é celebrada em igrejas embelezadas com flores. Borrego assado no forno e doçaria regional prestigiam a mesa da refeição principal. O desfile dos barcos Rabelos que navegam no Rio Douro e a visita às cascatas espalhadas pelos bairros típicos da cidade portuense preenchem a tarde.
Dois dias muito animados - comendo, bebendo, lançando balões, martelando cabeças, dançando e confraternizando com familiares e amigos.
Curiosidades e Lendas:
Significado — oposição ao habitual, a Igreja Católica festeja o aniversário do nascimento do Santo que nasceu seis meses antes de Jesus.
Origem os historiadores relacionam estas festividades com as pagãs realizadas na Europa no solstício de verão. Foram cristianizadas, passando a fazer parte do calendário festivo do catolicismo.
Cascatas similares ao presépio, homenageiam e ilustram a vida de João Batista.
Fogueiras remonta à lenda do nascimento de São João, em que Isabel acendeu uma fogueira para avisar Maria, também grávida, cumprindo o acordo entre ambas.
Balões — também remonta aos tempos pagãos, como forma de celebrar o solstício de verão.
Barcos Rabelos embarcações tradicionais portuguesas usadas para transportar pipas de vinho do Porto, desde as vinhas do Alto Douro até as caves em Vila Nova de Gaia.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 24 de junho de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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