segunda-feira, 23 de junho de 2025

   

 UMA CONVIVÊNCIA


Nada atípico cada chuva, um caos.
Ruas alagadas, o coração nas mãos.
Recordações se perdem na inundação
Que invade e corrói a emoção.

É a natureza pedindo licença,
Tomando de volta sua essência.
E é sobre isso que eu lhes digo:
Ponham o dedo na consciência.

Cuidem do meio ambiente,
Reflitam, sejam conscientes.
Façam diques, limpem os rios,
Deem destino certo aos resíduos.

Reciclem. Pratiquem o bem.
A terra é nossa  mas não é de ninguém.
Somos apenas hóspedes de passagem,
E a natureza cobra com coragem.

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Poema UMA CONVIVÊNCIA, da escritora Simone Soares. Educadora popular e embaixadora da Editora Plena Voz, a autora reside em Alvorada, RS, e, desde 2024, organiza, junto com artistas, apoiadores e escritores, a Feira Literária Independente em Alvorada.
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sábado, 21 de junho de 2025

 

O SEGREDO ENTRE PULOS E PASSOS

Certa manhã, enquanto eu varria as folhas do quintal — aquelas mesmas que insistem em cair só pra me lembrar que o tempo passa — ouvi um menino dizer:
Vô, por que os especialistas falam que se a gente se exercitar, vive mais? O coelho vive pulando e dura só 12 anos. Já a tartaruga, que quase não se mexe, vive até duzentos!
Parei a vassoura. Olhei pro céu, depois pra dentro.
De onde vem essa lógica? O coelho é pura pressa, bicho ansioso. Seu coração bate rápido, como um tambor de guerra. Corre, salta, se assusta com o vento. Vive como quem foge de alguma coisa — talvez do próprio tempo.
a tartaruga… ah, essa carrega a casa nas costas e o mundo nos olhos. Anda devagar, mas vê o caminho. Vive cada passo como se fosse o último. Ou o primeiro. Não tem pressa. Não tem plano de saúde, mas tem paz. E paz, meu filho, é um remédio que a ciência ainda estuda com desconfiança.
Mas eis o pulo do gato — ou melhor, o passo da tartaruga:
Não é o exercício que alonga a vida. É a forma como se vive que a preenche.
O exercício que salva não é só o da academia. É o do abraço apertado. O da risada solta. O da caminhada olhando o céu, com o neto perguntando coisas que nem a ciência ousa responder.
Quem vive acelerado, queima combustível demais. Quem vive parado, enferruja por dentro. O segredo talvez seja dançar no meio-termo. Como quem não tem medo de correr, mas também sabe parar.
E se me perguntarem o que recomendo? Respondo assim:
"Corra como o coelho quando for preciso. Mas viva como a tartaruga quando for bonito."
No fim das contas, o que nos faz durar não é o movimento dos músculos. É o movimento da alma.


Crônica O SEGREDO ENTRE PULOS E PASSOS, do escritor Damião OliveiraNatural de São Gabriel, reside em Alvorada, RS. Autor de diversos livros tais como Sonetos para DeusBuquê de Flores e; Pinhal em VersosCriou projeto Semeando Sonhos, Colhendo Realidades que distribui, de forma gratuita, livros e e-books em escolas, grupos de escoteiros,  associações e sociedade em geral.
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Crônica postada, em 16 de junho de 2025, pelo autor, em sua página no facebook. 
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sábado, 14 de junho de 2025

 

POEMA POBRE


Noite de verão,
ela, olha pela janela,
enquanto toma,
suco de limão.

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Poema POEMA POBRE, da escritora Ironi JaegerCoordenadora do Festival de Literatura e Artes LiteráriasFLAL, a autora reside em Alvorada, RS.
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Poema postado, em 06 de dezembro de 2017, pela autora, em sua página no facebook. 
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sexta-feira, 13 de junho de 2025

 

VELHA SENHORA QUE 
ALIMENTA OS ANIMAIS

Estive na praça da 48 pra tomar cerveja com meu amigo Xará essa semana. E logo veio nosso outro amigo, o Pirata. Um cãozinho de rua que é caolho, ele estava bem gordinho e com a pelugem preta brilhando. O motivo: come há anos moela com ração, gentileza de uma velha senhora que vem todos os dias na praça da 48 alimentar os animais de rua.
Contaram-me que ela teria vindo da Alemanha, há muito tempo. Ficamos observando ela servir a ração, pensei até em falar com ela, mas não tive coragem. Por que será que a bondade é tão natural pra algumas pessoas?
O poeta Libanês Kail Gibran disse uma vez que a natureza do ser humano é boa quando ele doa porque é uma condição da natureza, como uma árvore dar frutos. Reter é perecer.
quem seja bom porque quer reconhecimento, e há quem seja bom porque estudou o que é certo. E há quem doa de si sem pensar em nada, porque lhe é natural, esses estão no coração de Deus.


Graduado em História, o escritor Everton Santos, autor do livro O SOL DOS MALDITOS, é coordenador dos eventos Feira Alternativa e Ensaio de Rua, músico da banda de punk rock Atari e apresentador do canal, no youtube, Consciência Histórica. Mora em Alvorada, RS.
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Crônica postada, em 11 de junho de 2025, pelo autor, em sua página no facebook. 
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OLVIDARTE

 

Yo queria olvidarte.
Os moinhos já me sangraram bastante
pero no puedo cambiar.
Las mariposas bailan
com meus olhos
quando penso em você.

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Poema OLVIDARTE do escritor Daniel Machado, Geógrafo da Alma! (Mora em Alvorada, RS).
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quinta-feira, 29 de maio de 2025

 

UBER TAMBÉM É CULTURA! #03 - DAMIÃO OLIVEIRA
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Neste podcast, do dia 25 de maio, o escritor Damião Oliveira foi entrevistado por Salomau, personagem do escritor Deodato Júnior (canal Autoconhecimento Hub, no YouTube).
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quarta-feira, 28 de maio de 2025

QUANDO O BARRO LEMBRAR O SOPRO

Caminhamos há milênios, arrastando as sandálias sobre a terra que nos pariu. Olhamos para as estrelas como quem procura um espelho no céu — e não nos damos conta de que a centelha está no peito, acesa desde o primeiro soluço do universo.
Fizemos ferramentas, fizemos guerras. Inventamos deuses com rosto humano, depois nos perguntamos por que eram tão imperfeitos. Construímos cidades de aço e vidro, mas ainda tropeçamos em nossas sombras. E mesmo assim, seguimos. A cada erro, uma lição; a cada dor, uma janela.
Alguns dizem que seremos deuses quando dominarmos a matéria, outros dizem que só o seremos quando libertarmos o espírito. Talvez a verdade esteja no encontro: quando ciência e compaixão se derem as mãos. Quando a inteligência deixar de competir e começar a cuidar. Quando deixarmos de nos perguntar "o que posso conquistar?" e passarmos a perguntar "quem posso elevar?"
A consciência de Deus — se existe — não nos espera no futuro. Ela sussurra no agora, nas escolhas pequenas, no gesto gratuito, na escuta atenta. Está na criança que compartilha o brinquedo, no velho que perdoa, no poeta que escreve à beira do abismo e escolhe a luz.
Um dia, talvez, a humanidade se lembre que já foi barro. E que o sopro, esse mesmo sopro que pulsa em cada vida, nunca nos abandonou.

Crônica QUANDO O BARRO LEMBRAR O SOPRO, do escritor Damião Oliveira. Natural de São Gabriel, reside em Alvorada, RS. Autor de diversos livros tais como Sonetos para DeusBuquê de Flores e; Pinhal em VersosCriou projeto Semeando Sonhos, Colhendo Realidades que distribui, de forma gratuita, livros e e-books em escolas, grupos de escoteiros,  associações e sociedade em geral.
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Retirado do livro O Eu Sou EU, terceiro livro da trilogia Eu Sou.
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sábado, 24 de maio de 2025

  

PEQUENO VISITANTE

 

Pequeno
Sem trinado
Pousado
no prédio sem galhos
Bico no peito
feito tristonho
perdido ferido
A melancolia dos motores
ensurdece seu silêncio
Abro mais a cortina
Foi embora
Decidiu a hora
de voltar para casa
deixar a cidade
voar de verdade
sem vidraça nenhuma.
Na janela
ficou uma pluma...

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Anderson Vicente é escritor, gestor ambiental e formando em História. Reside em Alvorada, RS, onde ajudou a fundar o Clube dos Escritores de Alvorada (CEA). Tem diversas participações em coletâneas de contos, crônicas e poemas. É autor dos livros juvenis Às voltas com a caveira e Na trilha dos zumbis (escritorandersonvc@gmail.com).
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Poema publicado, em 2002, no livro PRIMAVERA POÉTICA, coletânea de poemas do Clube dos Escritores de Alvorada, Editora ÍSIS. 
Leia, também, no jornal A Semana, edição 1862, página 2, de 30 de maio de 2025 (nota adicionada em 30 de maio).
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IMENSIDÃO


Diante da imensidão do mar
uma conchinha lilás
que mal cabe no olhar 
mas talvez no poema

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Sérgio Vieira Brandão, nascido em Alvorada, RS, é escritor, professor, psicólogo e empresário. Mora em Tramandaí, RS (sergio.escritor@gmail.com).
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Poema publicado, em 2010, no livro POEMAS DE AMOR ADOLESCENTE, coletânea de poemas, Editora SVB Edição e Arte. 
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