Amor, amar, amei Seguir, passar, passei Desci, achei, abri Corri, fugi, peguei Sei lá o que dizer Não sei... Corri sem saber do quê Parei de fugir pra quê? Calar, sossegar, sanar Será!?
Lá fora a chuva cai
E assim a vida vai, Quem precisa sai a rua Quem não precisisa não sai A chuva molha a terra, Molha as plantas, E molha a gente, Logo vem o sol, E assim a chuva vai,
Alvorada, cidade linda,teu amanhecer é perfeito,terra de um povo que lutae se renova a cada aurora.Alvorada, terra aguerrida,que me permite sonhar e viver,parabenizo-te com meus versosque ecoam no nascer do dia.A cidade que pulsa cultura,que em cada bairro se conecta,és abrigo, és horizonte,és caminho que me acolhe de pertoEm cada romper do amanhecer,renovo minha gratidão por ti.
Simone Soares é escritora, educadora popular e embaixadora da Editora Plena Voz. A autora reside em Alvorada, RS, e, desde 2024, organiza, junto com artistas, apoiadores e escritores, a Feira Literária Independente em Alvorada.
Alvorada, sessenta anos de história, Em solo gaúcho, tua gente aflora. Cidade que acorda, mesmo no cansaço, Com alma guerreira, em cada abraço.
A enchente, por vezes, traz o seu lamento, Marcas na memória, em triste momento. Mas a cada água que tenta apagar, Um novo alvorecer faz o povo lutar.
Pela cultura e arte, a alma se expande, Em cada grafite, em cada estandarte. A voz do talento que não se cala, Em Alvorada, a esperança se instala.
Sessenta anos de garra e união, Alvorada, és força no coração. Que a luz de teu povo, em cada dia, Transforme a jornada em pura poesia.
Poema ALVORADA, TERRA DE LUTA E CORAÇÃO, da escritora Ironi Jaeger. Coordenadora do Festival de Literatura e Artes Literárias, FLAL, a autora reside em Alvorada, RS.
São altas horas da madrugada, não consegui dormir. Vou ter que registrar, o que tem dentro de mim. Aí está o resultado, quando não consigo escrever. Fico rolando na cama, sem saber o que fazer. Já estou acostumada, a escrever poesia. Porque na minha mente, é uma grande terapia. O que seria de mim, se não pudesse imaginar? Nem conseguiria, o meu sonho realizar. Todas vezes que escrevo, durmo calma a noite inteira. Só acordo no clarear do dia, com os cantos das sereias. Como é gratificante, quando posso imaginar. Me vejo livre, leve e solta, flutuando pelo ar.
Poema A MINHA TERAPIA, da escritora Maria Rosa. Natural de Santo Antonio da Patrulha, a autora, reside em Alvorada, RS. Participou das coletâneas Livro do Trabalhador; Pérolas Ocultas; Somos Alvorada e; Raízes. Atualmente, está escrevendo um livro de poesia.
Bate Papo com Adão de Lima Junior
A música é minha paixão, As vezes difere da razão, A música é minha ilusão, Mas sempre toca o coração.
A música me faz sonhar, Me faz sorrir e faz chorar, A música me faz bem, Acalma o meu viver.
A música eu, um sonho meu, Ela faz parte da minha vida, Uma paixão antiga, Uma grande amiga.
Veste um casaco com capuz que recobre parte de seu rosto. Veio sozinha, não queria a companhia de ninguém. Já era difícil estar ali e tinha certeza que se estivesse acompanhada não conseguir dar nem um passo naquela escadaria.
— Você jura que vai ficar bem? — Sua mãe perguntou quando ainda estavam no carro.
— Vou. Por favor, me deixa fazer isso.
— Filha...
— Eu preciso.
— Vou estar por perto.
— Tá. — Desceu do carro rápido, sem olhar para a mãe.
Está tão frio, tão diferente de quando eu era mais nova. Mas fui feliz aqui, pelo menos por um tempo. Ele disse que ia me esquecer, queria que soubesse que não. Mas o tempo... tudo vai mudando, eu mudei, não pude vir antes.
Estava no topo, viu ao longe a capelinha, caminhou sem pressa, sentindo o frio a lhe enregelar o rosto. Não havia ninguém por ali, mesmo com aquele clima, o céu estava azul. Fez uma prece na capelinha, pegou a urna e foi até a beirada do morro, no paredão que o mar corroía lentamente.
Era uma peça de metal tão pequena. As lágrimas caíram quentes em suas bochechas. Ele era tão pequeno, tão frágil. Porque tinha que... Segurou o pranto. Depois faria isso, agora tinha que terminar. Precisava. Era tão pequeno, aqueles dedos perfeitos, tão delicados. Abriu a urna e devagar as cinzas se dispersaram. Tinha olhos esverdeados, e todos os dias que teve com ele foram uma benção. Queria ser fria agora, queria que pudesse esquecer disso, de como era seu riso, seus olhos, sua boca pequena. Queria tanto. Se ajoelhou, incapaz de se afastar. Uma mão tocou em seu ombro.
— Filha, vem, eu te ajudo.
— Ele era tão pequeno... — Se abraça à mãe e chora.
— Ele era...
As duas permanecem abraçadas, perdidas em seu luto. A tarde avança lentamente. Depois voltam para o pátio sem dizer nada. Só voltam a conversar em casa, horas depois.
— Está melhor?
— Não.
— Tudo bem. Filha, porque quis ir até lá?
Não responde. O que dizer? Nem ela sabia explicar.
— Não sei.
— Tá... descansa então.
Ficou em silêncio sentada no sofá da sala da casa da mãe. Tinha dado o nome dele ao filho. Outra lembrança subindo acima das demais. E tinha sido tão curto o tempo que estiveram juntos, tão pouco quanto o que teve com o bebê, tão pouco... Não notou o quanto estava cansada até adormecer. Em seu sonho as memórias se misturam dando calor a um inverno doloroso.
CONTINUA...
Ben Schaeffer é escritor, advogado e contador. Natural de Porto Alegre, reside em Alvorada, RS. Ávido leitor, lê vários gêneros, desde livros de ficção científica, de fantasia e de mistério até histórias em quadrinhos. É autor do livro Dan Plagg: o Porto das Bruxas e da série Histórias do Reino de Puphantia (O Grande Assalto e Os Fantasmas de Puphantus).