Eu não me arrependo de ter acreditado mais uma vez que era possível amar alguém, uma música, um projeto ou uma filosofia de vida.
Eu acredito que cada pessoa tem uma capacidade para desenvolver, e muitos, assim como eu, têm feridas que precisam ser curadas. Quando as pessoas se encontram, é pra que evoluam e se curem juntas.
Mas nem sempre o que é certo se faz pela consciência, na maioria das vezes, é a nossa dor que ensina.
Havia um deserto na minha vida quando eu era mais jovem, e literalmente eu andava por ele e via minha sombra solitária: será que um dia eu vou pra algum lugar? Será que um dia eu vou ser uma pessoa sábia?
É triste ver que no final cada pessoa volta pra casa sozinha pensando que o mundo todo é uma poça de mágoas e a vida só pode ser boa com um pouco de anestesia.
Andando assim, como eu faço, talvez você não chegue a lugar nenhum, porque eu ando pra perseguir a minha sombra, eu faço meu caminho pra pensar, e pelos ermos onde moram as ideias, é fácil se perder, e não querer voltar nunca mais. Mas essa é uma tentação que não se deve ceder: é lá que moram os loucos e os amargurados.
O que eu faço é andar, e perseguir a minha sombra como se vai atrás da felicidade, e no caminho, quem sabe o que podemos encontrar?
Graduado em História, o escritor Everton Santos, autor do livro O SOL DOS MALDITOS, é coordenador dos eventos Feira Alternativa e Ensaio de Rua, músico da banda de punk rock Atari e apresentador do canal, no youtube, Consciência Histórica. Mora em Alvorada, RS.
_________________________
Crônica postada, em 20 de dezembro de 2023, pelo autor, em sua página no facebook.
Nenhum comentário:
Postar um comentário