sexta-feira, 27 de junho de 2025

 

SÃO JOÃO E O BOLÃO
Recebido o verão com a pompa e circunstância que merece, 31 concelhos portugueses comemoram o São João. Uma festa tradicional com origem no século XIX, com singularidades.
Na noite de 23, sardinhas, pimentos, broa, vinho tinto e melão reúnem-se à mesa, satisfazendo os festeiros que calcorreiam as ruas da Baixa e Ribeira até à Foz da Cidade Invicta. Neste passeio, com martelos de plástico coloridos, batem levemente nas cabeças de todos com quem se cruzam num gesto de saudação. Este ritual, remonta aos Celtas que usavam os alhos-porros, acendiam fogueiras e queimavam ervas para proteção do mau olhado e invejas. Os portuenses aliam a estas tradições o lançamento de balões que iluminam o céu, abrilhantando os concertos e arraiais desta longa noite mágica. Um fabuloso espetáculo de fogo de artifício lançado de barcos no rio Douro, pinta o manto azul-celeste com as cores do arco-íris.
No dia 24, a homilia é celebrada em igrejas embelezadas com flores. Borrego assado no forno e doçaria regional prestigiam a mesa da refeição principal. O desfile dos barcos Rabelos que navegam no Rio Douro e a visita às cascatas espalhadas pelos bairros típicos da cidade portuense preenchem a tarde.
Dois dias muito animados - comendo, bebendo, lançando balões, martelando cabeças, dançando e confraternizando com familiares e amigos.
Curiosidades e Lendas:
Significado — oposição ao habitual, a Igreja Católica festeja o aniversário do nascimento do Santo que nasceu seis meses antes de Jesus.
Origem os historiadores relacionam estas festividades com as pagãs realizadas na Europa no solstício de verão. Foram cristianizadas, passando a fazer parte do calendário festivo do catolicismo.
Cascatas similares ao presépio, homenageiam e ilustram a vida de João Batista.
Fogueiras remonta à lenda do nascimento de São João, em que Isabel acendeu uma fogueira para avisar Maria, também grávida, cumprindo o acordo entre ambas.
Balões — também remonta aos tempos pagãos, como forma de celebrar o solstício de verão.
Barcos Rabelos embarcações tradicionais portuguesas usadas para transportar pipas de vinho do Porto, desde as vinhas do Alto Douro até as caves em Vila Nova de Gaia.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 24 de junho de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no facebook.
*CLIQUE NAS PALAVRAS COLORIDAS (BIOGRAFIA E NOTA DE RODAPÉ).

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