Natural de Alvorada, RS, Deodato Júnior é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA). Escreve, realiza palestras e já foi motorista de aplicativo — período que serviu de laboratório para várias de suas histórias. Criativo e versátil, o autor costuma criar diferentes pseudônimos para suas obras. São os casos de Salomau, criado para os livros O Lobisomem do Leprosário, Provérbios de Salomau e Teste Vocacional para Motoristas de Aplicativo e; de Crisóstomo, nas obras A Bruxa da Bom Jesus: Histórias que até Zeus duvida e Boca Braba.
segunda-feira, 24 de novembro de 2025
sábado, 22 de novembro de 2025
Talvez eu seja hipócrita,
do meu jeito atrevida.
Mas tudo isso que sou,
é o que tenho na vida.
Falam que sou hipócrita,
porque gosto de sonhar.
Talvez eu seja bandida,
do meu jeito de amar.
Não posso prejudicar ninguém,
porque tem que ser assim.
Não vou perder a minha moral,
aqui dentro de mim.
Nem posso ficar parada,
pelo o resto da minha vida.
Estou sempre fazendo algo,
para encontrar a saída.
Veja só o resultado,
da minha hipocrisia.Continuarei montando as palavras,
transformando em poesia.
Poema A MINHA HIPOCRISIA, da escritora Maria Rosa. Natural de Santo Antonio da Patrulha, a autora é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA) e, reside em Alvorada, RS. Participou das coletâneas Livro do Trabalhador; Pérolas Ocultas; Somos Alvorada e; Raízes. Em 2025, publicou o livro de poesia Maria Entre as Rosas, pela Editora Plena Voz.
Poema O PRECONCEITO, da escritora Maria Rosa. Natural de Santo Antonio da Patrulha, a autora é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA) e, reside em Alvorada, RS. Participou das coletâneas Livro do Trabalhador; Pérolas Ocultas; Somos Alvorada e; Raízes. Em 2025, publicou o livro de poesia Maria Entre as Rosas, pela Editora Plena Voz.
Ora atentos para o universo,
Ora dispersos no contexto do ego.
Ora brilhantes, feito diamante,
No sentimento que aflora a felicidade.
Os olhos que tudo veem e, no toque, tudo sentem;
Sentidos que despertam, mesmo sem visão,
Porque sentir também é uma forma de enxergar.
Olhos que beijam sem que os lábios toquem.
Olhos que adormecem e veem, em outra dimensão,
O sonho sonhado.
Olhos que desejam ser espelho
Para enxergar no outro o futuro.
Olhos.Olhos de tigre ou de gato, sendo amuleto de sorte.
Simone Soares é escritora, educadora popular e embaixadora da Editora Plena Voz. A autora reside em Alvorada, RS, e, desde 2024, organiza, junto com artistas, apoiadores e escritores, a Feira Literária Independente em Alvorada.
segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Castanhas, jeropiga e alegria: o trio perfeito para uma tertúlia em família ou com amigos, num fim de tarde outonal acalentada pelos raios de sol do verão de São Martinho.
Na minha infância e juventude, a festa litúrgica em honra de Martinho, o padroeiro dos viticultores, era um dos maiores eventos do ano. Sendo a castanha um dos frutos mais abundantes e queridos desta época, o magusto sempre integrou o cartaz.
Nas zonas rurais, antes do entardecer, os aldeãos faziam uma fogueira com grossos troncos para aquecer os foliões durante a noite, que era sempre longa. A população circundava o fogo, deliciando-se com a beleza das chamas e o crepitar da casca dos pinheiros. As castanhas assadas nas brasas degustavam-se com vinho tinto, água-pé ou jeropiga. Confesso-me fã deste último licor, que resulta da adição de aguardente ao mosto, interrompendo o processo de fermentação. O resultado é uma doce bebida alcoólica que adoça os lábios e escorrega pela garganta.
Nestas festanças, é habitual comer caldo verde e outras iguarias confecionadas com produtos regionais. As concertinas, acordeões ou grupos musicais tocam, alentados pela boa disposição dos farristas, que dançam e cantam pela noite dentro.
A tradição diz que, por ocasião do São Martinho, há uma "pausa" no outono, vulgarmente denominada "verão de São Martinho". Estes dias são abrilhantados por quentes raios de sol e noites amenas, o “verão tardio" que nos mima antes da chegada do inverno.
O dia de São Martinho é celebrado por toda a Europa no dia 11 de novembro. Por terras lusitanas, é tão acarinhado que há vários provérbios em sua homenagem. A título de exemplo, cito: “No São Martinho, lume, castanhas e vinho”.
Vivo na cidade Invicta. No mês de novembro, as ruas são abrilhantadas por guarda-sóis coloridos que abrigam do sol, da chuva e da neblina os vendedores, enquanto confecionam as castanhas num fogareiro a carvão. Nunca deixo de admirar a resiliência destes homens de mãos escurecidas e sorriso nos lábios a sacolejar a panela com dedos desprotegidos.
As lendas e a sabedoria popular são riquezas a preservar e legados a transmitir às novas gerações. A história e a identidade dos povos constroem-se, também, pelos costumes e singularidades. Confidencio-me como uma devota costumeira. A maturidade aguça o apetite e a magia dos momentos singelos. Todos os anos perpetuo o ritual: com uma mão cheia de castanha faço um magusto e beberico um cálice de jeropiga.
Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
Entre as linhas do Cortiço e dos
Becos da memória
desenterro meu Torto arado
e os meus sonhos Supridores
não suprem a angústia
de ver literatura e realidade
imbricadas em uma invisibilidade
gerada por quem domina.
Por quem aos povos originários extermina.
Por quem aos quilombos elimina.
Por quem imputa o ódio a melanina que difere de sua
branquitude.
A arte também faz esse papel
de partilhar dissabores,
todos diante de horrores
que o capitalismo produz.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Na sua frente Com um olhar Que faz sucumbir A mente... Percebo que suavemente, Meus olhos dançam Num fogo ardente Superaqueço com a emoção, Enfim... Está chegando o Verão!
Janaína Rosa é natural de Porto Alegre e reside em Alvorada, RS. Cabeleireira, artesã, cantora e compositora, a escritora é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA). Começou escrevendo letras de músicas e poemas para o Instituto Ecovox. Em 2023, teve o poema Sintonia do Mar selecionado para o concurso Poeta Passageiro: poesia na viagem. A autora foi presidente da Associação de Músicos de Alvorada (AMUSA) e é vice-presidente do Instituto Alvorecer. Neste ano, teve o poema Bairro Passo do Feijó selecionado para a coletânea Alvorada por 60.