Um dia acordei, assim, Distribuindo tempestades Cansada de ser o “eu” inteira dividi-me em metades.
Algumas foram sopradas pelo vento Outras a chuva apagou. Algumas semeie no jardim E apenas com essas, hoje estou.
Na tempestade jogaram-me pedras Com elas construí um castelo. Vejam bem como é o destino Hoje aqui vivo, e ele é o mais belo.
Para o eu, preso na torre Joguei tranças tecidas de esperança. Deixei voar para longe O dragão com suas lembranças.
Hoje não creio mais em príncipes Nem mesmo com um rei eu sonho. Acredito apenas nas minhas metades, Onde com, e nelas, me recomponho.
Poema MINHAS METADES INTEIRAS, da escritora Ironi Jaeger. Coordenadora do Festival de Literatura e Artes Literárias, FLAL, a autora reside em Alvorada, RS.
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