sábado, 22 de novembro de 2025

 

O PRECONCEITO

 

Poema O PRECONCEITO, da escritora Maria Rosa. Natural de Santo Antonio da Patrulha, a autora  é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA) e, reside em Alvorada, RS. Participou das coletâneas Livro do Trabalhador; Pérolas Ocultas; Somos Alvorada e; Raízes.  Em 2025, publicou o livro de poesia Maria Entre as Rosas, pela Editora Plena Voz. 
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 Poema escrito e declamado pela autora para o Dia da Consciência Negra.
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 OS OLHOS


Ora atentos para o universo,
Ora dispersos no contexto do ego.
Ora brilhantes, feito diamante,
No sentimento que aflora a felicidade.

Os olhos que tudo veem e, no toque, tudo sentem;
Sentidos que despertam, mesmo sem visão,
Porque sentir também é uma forma de enxergar.

Olhos que beijam sem que os lábios toquem.
Olhos que adormecem e veem, em outra dimensão,
O sonho sonhado.
Olhos que desejam ser espelho
Para enxergar no outro o futuro.

Olhos.
Olhos de tigre ou de gato, sendo amuleto de sorte.

Simone Soares é escritora, educadora popular e embaixadora da Editora Plena Voz. A autora reside em Alvorada, RS, e, desde 2024, organiza, junto com artistas, apoiadores e escritores, a Feira Literária Independente em Alvorada. 
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Poema OS OLHOS.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2025

 

CASTANHAS, JEROPIGA E ALEGRIA

Castanhas, jeropiga e alegria: o trio perfeito para uma tertúlia em família ou com amigos, num fim de tarde outonal acalentada pelos raios de sol do verão de São Martinho.
Na minha infância e juventude, a festa litúrgica em honra de Martinho, o padroeiro dos viticultores, era um dos maiores eventos do ano. Sendo a castanha um dos frutos mais abundantes e queridos desta época, o magusto sempre integrou o cartaz.
Nas zonas rurais, antes do entardecer, os aldeãos faziam uma fogueira com grossos troncos para aquecer os foliões durante a noite, que era sempre longa. A população circundava o fogo, deliciando-se com a beleza das chamas e o crepitar da casca dos pinheiros. As castanhas assadas nas brasas degustavam-se com vinho tinto, água-pé ou jeropiga. Confesso-me fã deste último licor, que resulta da adição de aguardente ao mosto, interrompendo o processo de fermentação. O resultado é uma doce bebida alcoólica que adoça os lábios e escorrega pela garganta.
Nestas festanças, é habitual comer caldo verde e outras iguarias confecionadas com produtos regionais. As concertinas, acordeões ou grupos musicais tocam, alentados pela boa disposição dos farristas, que dançam e cantam pela noite dentro.
A tradição diz que, por ocasião do São Martinho, há uma "pausa" no outono, vulgarmente denominada "verão de São Martinho". Estes dias são abrilhantados por quentes raios de sol e noites amenas, o “verão tardio" que nos mima antes da chegada do inverno.
O dia de São Martinho é celebrado por toda a Europa no dia 11 de novembro. Por terras lusitanas, é tão acarinhado que há vários provérbios em sua homenagem. A título de exemplo, cito: “No São Martinho, lume, castanhas e vinho”.
Vivo na cidade Invicta. No mês de novembro, as ruas são abrilhantadas por guarda-sóis coloridos que abrigam do sol, da chuva e da neblina os vendedores, enquanto confecionam as castanhas num fogareiro a carvão. Nunca deixo de admirar a resiliência destes homens de mãos escurecidas e sorriso nos lábios a sacolejar a panela com dedos desprotegidos.
As lendas e a sabedoria popular são riquezas a preservar e legados a transmitir às novas gerações. A história e a identidade dos povos constroem-se, também, pelos costumes e singularidades. Confidencio-me como uma devota costumeira. A maturidade aguça o apetite e a magia dos momentos singelos. Todos os anos perpetuo o ritual: com uma mão cheia de castanha faço um magusto e beberico um cálice de jeropiga.

Alexandra Ferreira é autora de Sombras com Rosto (romance, 2019) e de Um Verão Sem Ti (antologia de contos, 2023). Portuguesa, natural de Viseu, reside no Porto. É engenheira civil, pós-graduada em Direção de Empresas e mestre em Engenharia Rodoviária. Integrante do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL) e do canal Liga dos 7, no facebook. Escreve para revistas literárias e clubes de leitura. Participa, ativamente, de congressos, sendo coautora de diversos artigos científicos.
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Crônica postada, em 11 de novembro de 2025, pela autora, no canal Liga dos 7, no Facebook.
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SANGUE E LITERATURA 

 

Entre as linhas do Cortiço e dos
Becos da memória
desenterro meu Torto arado
e os meus sonhos Supridores
não suprem a angústia
de ver literatura e realidade
imbricadas em uma invisibilidade
gerada por quem domina.
Por quem aos povos originários extermina.
Por quem aos quilombos elimina.
Por quem imputa o ódio a melanina que difere de sua
branquitude.
A arte também faz esse papel
de partilhar dissabores,
todos diante de horrores
que o capitalismo produz.
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Poema SANGUE E LITERATURA do escritor Daniel Machado, Geógrafo da Alma! (Mora em Alvorada, RS).
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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

 

DIANTE DE TI

 

Na sua frente Com um olhar Que faz sucumbir A mente... Percebo que suavemente, Meus olhos dançam Num fogo ardente Superaqueço com a emoção, Enfim... Está chegando o Verão! 

Janaína Rosa é natural de Porto Alegre e reside em Alvorada, RS. Cabeleireira, artesã, cantora e compositora, a escritora é membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA). Começou escrevendo letras de músicas e poemas para o Instituto Ecovox. Em 2023, teve o poema Sintonia do Mar selecionado para o concurso Poeta Passageiro: poesia na viagem. A autora foi presidente da Associação de Músicos de Alvorada (AMUSA) e é vice-presidente do Instituto Alvorecer. Neste ano, teve o poema Bairro Passo do Feijó selecionado para a coletânea Alvorada por 60.

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Poema DIANTE DE TI. 
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BAÚ DE HISTÓRIAS MANEIRAS
 (Nathiele Fagundes)

Olá, pessoal! No dia 15 de novembro, às 14h, na Feira do Livro de Porto Alegre, terá a sessão de autógrafos com a escritora Nathiele Fagundes. 

 

MINHAS METADES INTEIRAS 


Um dia acordei, assim, Distribuindo tempestades Cansada de ser o “eu” inteira dividi-me em metades.

Algumas foram sopradas pelo vento Outras a chuva apagou. Algumas semeie no jardim E apenas com essas, hoje estou.

Na tempestade jogaram-me pedras Com elas construí um castelo. Vejam bem como é o destino Hoje aqui vivo, e ele é o mais belo.

Para o eu, preso na torre Joguei tranças tecidas de esperança. Deixei voar para longe O dragão com suas lembranças.

Hoje não creio mais em príncipes Nem mesmo com um rei eu sonho. Acredito apenas nas minhas metades, Onde com, e nelas, me recomponho.

Poema MINHAS METADES INTEIRAS, da escritora Ironi JaegerCoordenadora do Festival de Literatura e Artes LiteráriasFLAL, a autora reside em Alvorada, RS.
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CHUVA TRAZ

 

Vento bate na janela, Chuva chega de mansinho, Vento bate na janela, E eu aqui a perguntar, Onde está o meu amor, Que a tempos se foi, Onde está o meu amor, Que nunca mais voltou, Chuva traz, Traz o meu amor, Chuva traz, Traz o meu amor.
 
Natural de Alvorada, RS, Henrique Domingues é  membro do Clube dos Escritores de Alvorada (CEA).
É compositor, músico e poeta. 
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Poema CHUVA TRAZ.
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O ENIGMA NO MURO

 

O prêmio em ouro aos olhos se revela, cento e setenta e quatro em claridade, no muro antigo a cifra se desvela, código vivo da sorte e da verdade.
De seus reflexos brotam sete flores, um, quatro e sete, em ramos de beleza, quarenta e um e quarenta em cores, tecem o véu da fortuna e da nobreza.
Quem decifrar o traço que cintila, verá no muro o mapa do destino, um sopro oculto que jamais vacila, levando o homem ao caminho divino.
Que reste claro aos olhos e ao sinal, é no segredo que a verdade brilha.
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Poema O ENIGMA NO MURO, do escritor Damião Oliveira
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