A PRISÃO DA MENTE (Capítulo I - Parte II)
Clara o imaginou em uma pintura sem camisa, cabelos um pouco mais longos para ressaltar seus traços faciais. Os olhos castanhos pareciam hipnotizar e capturar a atenção de todos por causa do brilho astuto e penetrante, capazes de demonstrar charme, mas também ocultar intenções, como ela descobriria mais tarde.
Ele notou que ela analisava e observava todos os detalhes do seu corpo, cabelos e rosto. Victor possuía um rosto bem definido, com maxilares marcantes que dão a ele uma aparência atraente como os deuses gregos dos quadros que ela admirava.
Ele notou que ela analisava e observava todos os detalhes do seu corpo, cabelos e rosto. Victor possuía um rosto bem definido, com maxilares marcantes que dão a ele uma aparência atraente como os deuses gregos dos quadros que ela admirava.
Sua pele suave, bem cuidada, levemente bronzeada, sugerindo muitas horas ao ar livre. Apresentou seu melhor sorriso cativante e enigmático, com lábios bem desenhados que se curvam em um sorriso sedutor, ou endurecer em um sorriso irônico, como ela descobriria tarde demais.
Estava vestido impecavelmente com uma camisa de botão bem ajustada, calças elegantes e sapatos de couro preto. No pulso um relógio elegante de alta qualidade, indicando um gosto por coisas que expressam status e ostentação.
Victor se movimentou graciosamente com gestos fluidos e seguros, sorriu de uma maneira sedutora e a tocou e esse toque exalou nela uma sensação de confiança acolhedora.
"E você? Qual sua história? O que a levou a um lugar tão inspirador?" Perguntou Victor, fingindo não a conhecer enquanto seu sorriso se ampliava de forma quase natural, mas friamente calculado, como se estivesse jogando suas cartas em um jogo em que já conhecia as jogadas.
Enquanto Clara tentava formular uma resposta, uma parte dela se sentia atraída pelo homem, enquanto a parte racional perguntava como escapar daquela situação. Naquele instante, em meio a risos e conversas, o que era para ser uma noite de arte e conexões, se tornava a linha tênue entre a atração e a manipulação, e Clara estava prestes a ser puxada para dentro da teia da ilusão.
Clara não notou o exato momento em que a magia se desfez, e quando como ela fala mais tarde, quando seu espírito voltou ao corpo, Victor havia assumido uma postura ereta e profissional com seu bloco e caneta, deu início a série de perguntas. Deixando bem óbvio, para a confusa Clara que era um profissional e estava ali a trabalho. Ela sentiu vergonha dos sentimentos que ele despertou em seu corpo e respirou fundo para disfarçar a atração que sentia por aquele homem sedutor.
Para ela só restava responder as perguntas, sorte que decorou suas falas, caso contrário, não encontraria as palavras. Foi fotografada dezenas de vezes em várias posições que ela considerou desnecessárias, mas não perguntou.
No outro dia a entrevista no jornal era uma sucessão de elogios a ela dirigidas, e foram acrescentadas falas que ela não proferiu, e suprimidas suas falas reais, mais uma vez ela não questionou, afinal, tinha a chance de ser famosa.
As imagens estavam lindas e a retratam como uma profissional. E, ela se viu em um mar de felicidade. Suas pinturas demonstraram, um mundo alegre e colorido, em apenas dois dias pintou quadros suficientes para sua próxima exposição.
Foi quando ela se deu conta que estava interessada por aquele repórter sedutor e charmoso. Com certeza não o veria novamente, mas estava feliz porque ele por alguns dias foi sua inspiração e lhe rendeu alguns quadros vendidos e uma nova exposição, para a qual foi convidada.
A escritora Ironi Jaeger é coordenadora do Festival de Literatura e Artes Literárias (FLAL). Mora em Alvorada, RS.
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Trecho do romance A PRISÃO DA MENTE, postado em 07 de março de 2025, pela autora, em sua página no wattpad.
*CLIQUE NAS PALAVRAS COLORIDAS (BIOGRAFIA E NOTA DE RODAPÉ).
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