O POETA ADORMECIDO
Dorme o poeta, sereno e calmo,
Sobre as plumas do esquecimento,
Enquanto o vento sopra em seu salmo
Versos de um último pensamento.
No leito de sombras, o sonho vem,
Lúcido véu entre mundos velados,
Vê-se além, além de quem,
Caminha em ecos, passos calados.
A morte lhe fala, doce, gentil,
Como quem canta um canto antigo,
Sem foice ou dor, sem ser hostil,
Apenas um toque, um afago amigo.
E ele sorri, ao se ver partindo,
Num barco de névoa, flutuando leve.
Morre dormindo, mas segue indo,
Vivo no sonho que nunca se atreve.
Mas outros dizem: "Ele se foi!"
Não sabem que agora é luz errante,
Que em cada estrela, em cada "depois",
Seu verso vive, eterno e vibrante.
_________________________
*CLIQUE NAS PALAVRAS COLORIDAS (NOTA DE RODAPÉ).
Nenhum comentário:
Postar um comentário