segunda-feira, 13 de novembro de 2023
sábado, 11 de novembro de 2023
RÔ E ALINE
Rô
e Aline se conheceram nos bancos escolares da EE Jaca Madura, na pequena cidade
de Uru, interior de São Paulo.
Aline,
que é paranaense, chegou em Uru com 7 anos e foi matriculada na 1º ano do
ensino fundamental. Os pais da menina, trabalhavam num armarinho e com o
falecimento do proprietário, adquiriram o imóvel que comportava a loja.
Rô
é natural da cidade de Uru. Morava com os pais e irmão, numa casa própria. O
pai era gerente do Banco Retangular, na cidade vizinha de Reginópolis e a mãe,
fisioterapeuta em Bauru.
Alunas
da mesma turma, Rô e Aline competiam pelas melhores notas e a rivalidade era
estendida para fora da escola. Uma não procurava a amizade da outra, mas se
respeitavam.
Rô,
orientada pelos pais, quando terminou o ensino fundamental e antes de começar o
médio, obteve colocação numa multinacional, em Bauru, como estagiária. Aline
preferiu só estudar.
As
duas garotas frequentavam as festas e os bailes, em Uru. Com a transformação do
corpo, Aline e Rô tinham preferência por rapazes que estudavam na escola ou
moravam na cidade.
Como
viviam no mesmo ambiente, Aline evitava a aproximação de Rô, porque percebia na
colega de escola que ela, trabalhando e estudando, estava mais desenvolvida e
responsável pela própria vida.
Aline
e Rô, às vezes, trocavam algumas palavras, mas a paranaense, se sentindo
inferior, procurava se afastar, impedindo que as duas se tornassem amigas.
Saulo
paquerava Aline e frequentavam as festas da cidade ou ficavam na Praça, ao lado
da escola onde estudavam. Rô monitorava os passos de Ivan.
Nos
bailes, Aline fazia par com Saulo, enquanto Rô dançava com quem a convidava.
Quando Ivan aparecia, ela gostava de dançar com ele.
Rô
gostaria de dançar com Saulo, mas Aline não se desgrudava dele. Depois do
baile, os jovens se dirigiam a Praça. Em grupos ou duplas, ficavam até tarde,
colocando a conversa em dia.
Num
final de semana em Uru, o baile foi substituído pela tradicional festa junina.
Praticamente, a cidade inteira participava. Como Aline e Ivan ainda não tinham
chegado, Rô, quando estava mirando um boneco de pelúcia, no tiro ao alvo,
sentiu a presença de Saulo.
Saulo
olhando a Rô atirar e vendo que ela não foi bem sucedida, disparou a sua
espingarda. O dono da barraca pegou o boneco de pelúcia, caído no pano e
entregou ao jovem.
Rô,
depois da decepção de não acertar o alvo pretendido, virou-se e foi em direção
a barraca de pizza. Antes de fazer o pedido, ouviu a voz do Saulo:
— Duas pizzas de muçarela e dois
refrigerantes, na mesa 4. Quando o garçom serviu o casal, na bandeja tinha um
pequeno embrulho. Saulo falou para Rô:
— Este presente é para selar a nossa amizade.
Rô
desembrulhou o presente. Emocionada, virou-se para Saulo e agradeceu com um
leve beijo nos lábios.
Depois
da festa junina, Saulo e Rô foram para a Praça e ficaram até tarde da noite,
aos beijos e amassos. O boneco de pelúcia foi testemunha de tamanha felicidade
do casal.
Na
semana seguinte, durante as aulas, Rô percebeu muita tristeza no semblante de
Aline. Pensou “será que ela ficou sabendo que eu fiquei com o namorado dela?”
No
intervalo das aulas, vendo que Aline estava conversando com alguns alunos, Rô
se aproximou e ouviu a colega falar:
— A minha mãe foi diagnosticada como uma
doença renal crônica. Como já estava em estado avançado, o médico nefrologista
após avaliar os exames de sangue, de urina e de imagem, constatou que ela vai
precisar de um transplante de rim.
Dona
Catarina, mãe de Aline, submetida ao transplante de rim, com sucesso, agradeceu
à Deus e ao doador.
Rô e Saulo, fiquei contente quando a minha
filha Aline convidou o casal para ser padrinho do meu neto.
Dona
Catarina, se aproximando de madrinha, rogou:
— Devo
a você, Rô, a minha felicidade. Deus te abençoe!
Saulo
Jr pulou nos braços da Rô e apontando para dona Catarina, balbuciou:
— Mamãe, por que ela está chorando?
SOBRE O AUTOR
O escritor Amauri Martins reside na capital e em Bertioga, ambas em São Paulo (SP). Foi professor no magistério paulista, também diretor de escola e supervisor de ensino. Quando se aposentou, sentia falta de alguma atividade intelectual, por isso começou a rascunhar a sua biografia. Hoje, conta com dois romances publicados no Brasil e, em Portugal, os romances "Encantos & Paixões em Estoril" e "A jovem do olhar triste". Mais contos e crônicas publicados em 39 antologias.
e-mail:
amaurim4000@gmail.com
cel.
(11) 973135004
domingo, 5 de novembro de 2023
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
INSTINTO
CONSOLIDAR O MEU VIVER ...
MAS, DESDE QUE CORTAMOS NOSSOS LAÇOS,
SOU SOMENTE UMA SOMBRA QUE VAGUEIA
PROCURANDO SEGUIR TEUS PASSOS
NO REFÚGIO DO PENSAMENTO ...
SOU UM VENTO QUE NORTEIA
RUMO AO LIMITE DOS TEUS BRAÇOS,
QUANDO A ÚLTIMA ESPERANÇA INCENDEIA
E RECRUDESCE O SOFRIMENTO !
HOJE, RESSURGE NA MEMÓRIA,
CARREGADAS DE EMOÇÃO E NOSTALGIA,
AS BELAS PÁGINAS DA HISTÓRIA
CONTIDAS EM NOSSO ÍNTIMO ...
POSSAM ALCANÇAR A MESMA GLÓRIA
DESTA EXALTADA, MARAVILHOSA IDOLATRIA,
QUE SEJA AMOR, NÃO SÓ INSTINTO !
Poema CAMINHOS, do escritor Mário Feijó.
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
LAVADEIRAS NO COLO DAS ÁGUAS
Dona Benedita esboçou um canto e aquilo até parecia um código, pois, aos poucos as amigas chegavam e cada uma com sua bacia à cabeça, sintonizavam ao canto, formando ali um coral. Nos embornais, a farofa, o café e os biscoitos, sabiam dos seus destinos que era o Rio das Velhas e o bucho não espera, pois, a fome chegaria num piscar de olhos e as roupas quando nas pedras para quarar, a sombra fresca do frondoso Jequitibá, seria a mesa para o sagrado alimento.
Dona Benedita inicia o seu canto, que é seguido pelas amigas, enquanto a passarada em seus ninhos ou mesmos em revoada, se embriagava daquele cenário magistral.
Em silêncio as amigas concordavam e seus olhos brilhavam feito as estrelas.
Roupa quarando e a matula sobre um pano e o café ostentando seu cheiro, ali a oração para poder degustar aquela merenda feita com amor.
É hora de tirar as roupas do quarador e as pedras aos pouco vão ficando nuas e o enxaguar é preciso, pois, o sol ainda esperava para entrar em cena e protagonizar a secagem.
Enquanto as roupa secavam, a Dona Benedita catava umas raízes de Canela de Perdiz, santo remédio caseiro, a Conceição à sombra...proseava com a Dona Carmelita sobre a Festa de São José, o Santo fazedor de chuva da qual era festeira. E Dona Benedita:
“Êh! Tá hora
Tá na hora de vortá
Nossa rôpa tá lavada
E nóis tem que regressá
Vamo pegá as bacia
E sertão adentro caminhá”
E aquilo era um hino sertão afora por entre almas e a fé daquelas lavadeiras do colo das águas. Águas da Iara à Iemanjá.
Ao longe as palhoças e suas chaminés e a fumaça celebrando a volta das intrépidas lavadeiras.
Inté!
Antônio de Fátima Silva, o Mestre Tinga das Gerais, natural de Corinto-MG, poeta, ator e cantor e na estrada há 35 anos. Participou de vários festivais, sendo premiado com o conto "O Caboclo e o Barranqueiro", atuou no curta-metragem "Um outro Tiradentes" e no longa "A História das Três Marias", da cineasta Zakia Daura.
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Todo poeta é um louco
(aos olhos dos outros)
Todo poeta é um artista
Um malabarista...
Que joga o verso p’ra cima
E recolhe os pedaços
Transforma em ouro as palavras
Coração de alquimista.
Todo poeta é um soldado
Sonhando com a liberdade
Na sua guerra solitária
Em busca da verdade...
Que chora as dores do mundo
Espichou as raízes abaixo da névoa de poeira;
Ora se abona e se privilegia
Dos afrescos do arrebol...
.Entre as Margaridas, Begônias, folhagens trepadeiras
Avista-se uma graciosa flôr
Inspirada por Deus e pelas Ninfas herdeiras,
Preservada com terra, carinho, água e sol !.
terça-feira, 24 de outubro de 2023
domingo, 22 de outubro de 2023
Pra vc, meu amor.
Poema PRA VC, MEU AMOR., da escritora Ana Farias.
VIVER É UM ESPETÁCULO DIÁRIO
Quando entraste em minha vida
Eu não te prometi o paraíso
Mas deixei muito claro
Que minha vida era um circo...
Não que eu seja palhaço
Nem tampouco um animal enjaulado
Mas te avisei que todos os dias
Seriam dias de espetáculo...
Vivo de sonhos e fantasias
E penso que a vida só tem graça
Se vivermos todos os dias
Como na estreia de uma nova temporada...
Aos poucos me desnudo
Ando no trapézio
Visto todas as fantasias
Quando não posso as lágrimas caem
Sou novamente o palhaço que negava
Porque o espetáculo tem que continuar...
Poema VIVER É UM ESPETÁCULO DIÁRIO, do escritor Mário Feijó.
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
E com sutileza
Você vasculhou a aljava
Com classe
Retirou uma seta
Que como uma aldrava
Tocou em meu coração
Coração porta aberta
E nele deixaste tua essência
O mínimo é o máximo
Nós aldrávia do tempo
Um desejo ímpar
Por entre almas e quereres!
Poema O MÍNIMO DE NÓS, AMOR INCONDICIONAL..., do escritor Mestre Tinga das Gerais (Corinto – MG).
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
Quando,
o dia amanhecer
E o
teu lindo sorriso
Abrir
a porta da manhã
Estarei
feliz e garboso
Meu
corpo cheiroso
Com
teu cheiro de avelã
Dar-te-ei
um beijo ardente
E
tua saliva quente
Com
o sabor do mel
Será
lindo e maravilhoso
Nosso
jeito fogoso
Neste
lindo escarcéu
Somos
o jardim encantado
Você
minha gineceu
Nosso
perfume é tão raro
Sou
o seu pólen
O
seu androceu.
Poema O Sorriso da Flor, do escritor Mestre Tinga das Gerais (Corinto – MG).
Antônio de Fátima Silva, o Mestre Tinga das Gerais, natural de Corinto-MG, poeta, ator e cantor e na estrada há 35 anos. Participou de vários festivais, sendo premiado com o conto "O Caboclo e o Barranqueiro", atuou no curta-metragem "Um outro Tiradentes" e no longa "A História das Três Marias", da cineasta Zakia Daura.
quarta-feira, 4 de outubro de 2023
Segredos
Caminho hibridamente entre o teclado e o coração,
fluo por entre dedos,
desvendo e contemplo segredos
já nem tão secretos assim.
Sangro poemas,
bebo o néctar melódico de canções
que o menestrel não cantou
mas que o vento assovia.
Afasto a melancolia que às vezes quer me visitar
me sento na sala de jantar
e devoro memórias com creme de esperança.
A bailarina já não dança
e a minha mente ainda criança
solta pipas diante do luar.
Poema SEGREDOS do escritor Daniel Machado (GEÓGRAFO DA ALMA!)
EU, CHORO
Se chorar é descer lágrimas, então chorei,
E delas fiz um mar de tristeza e dor,
Que em ondas me inundou e me afogou,
Até que a alma em prantos se desfez.
E ainda que o mar da dor persista,
E as lágrimas não cessem de rolar,
Eu sei que um dia, enfim, hão de secar,
E que a alegria em mim de novo exista.
Então, enquanto as lágrimas deslizam,
E a dor me envolve em um abraço frio,
Eu sigo em frente, firme em meu caminho.
Pois sei que, mesmo quando o choro finda,
A vida segue, e o sol voltará a brilhar,
E a tristeza se transformará em carinho.
Poema "Eu, choro" do escritor Damião Oliveira.